quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
#Ficaadica
Davi Khouri
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
O Malote de Zeus
Foi meditando no silêncio que a clareza me atingiu. Sólida, sórdida, indiferente. Um soco no flanco. É... Agora vejo que ela é mesmo o pior dos demônios do pacote. Maldita Pandora, que do alto de sua tolice, abriu a caixa e libertou a esperança!
Ah, esperança. Me distrai; me enternece. Leva-me a partilhar segundas chances, impõe pela força a fé no próximo. Defraudadora!
Ah, as promessas de um futuro doce... Caio na rede.
E mesmo conhecendo todas as manhas e artimanhas dessa praga eu admito. Eu admito. Eu acredito.
Acredito!
Quem sabe seja verdade...
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Tropecei em mim... e não era um espelho
Tempos atrás vivenciei este fantástico episódio, no dobrar de uma esquina, a caminho de casa. Eu ia apressado, sem tempo a perder. O motivo é que meu time ia jogar, ou minha namorada me esperava, ou eu tinha que pegar o banco aberto. Sei lá! Hoje em dia a gente corre, corre, corre, só depois é que procura saber pra onde.
Levava comigo uma daquelas algemas de pulso, um Casio, analógico, daqueles de ponteiro. Sem tempo à perder eu seguia e no passo acelerado trombo com um indivíduo que andava despreocupado pela rua. Um ''Presta atenção, seu babaca!'' percorreu minhas sinapses, mas consegui dizer com alguma educação - Dá licença. O rapaz à minha frente não se moveu. Com licença! - eu disse um pouco mais alto. Nada. Só aí nos olhamos. Veio o choque...
Eram meus olhos castanhos a me encarar. Meus olhos, meu rosto, eu completo. Fascinante!
Veja bem, olhei pra mim dos pés à cabeça e desta de novo aos pés. Conquanto havia um ar familiar foi só por pouco que me reconheci. Nada tinha de parecido com aquele rapaz com quem me encontro todos os dias depois do banho naquele espelho que a porta do guarda-roupa segura para mim.
Mas porque eu não me reconhecia? Bom, pensei, o espelho inverte os lados e até agora eu nunca tive esse privilégio de me observar assim, ao natural. Esquerda na esquerda e direita na direita. É isto, é esta a causa de meu estranhamento. Tem que ser.
Que nada! Num típico pensamento dos homens metódicos da atualidade, eu culpava as brincadeiras sem maldade da óptica pela minha incompetência em identificar-me.
A verdade é que meu cérebro tentava arduamente não se constranger com a real explicação. Eu, que me julgo tão sábio, eu, que há tanto tempo engulo e vomito o conhecimento que me empurram, que julgo entender e até ouso adivinhar os outros, não tinha tido a decência de tirar um tempo pra me conhecer.
Foi aquele proverbial balde de água fria. E o outro ‘eu’ fazia questão de apontar o lapso. Conhece-te a ti mesmo, ele sussurrava para mim, numa paráfrase do filósofo grego.
Conhece-te a ti mesmo...
Conhece-te... a ti.
Conhece-me!
***
Esse diálogo fantástico, que tão descaradamente ludibriava a lógica, enganou também o tempo, de modo que não posso dizer-lhes como, quando ou mesmo porque aconteceu comigo. Mas aconteceu. Juro por todos os perfumes da minha coleção.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Pa de buré
Começa a esperada dança,
Dueto de passos firmes,
O ritmo se espalha,
Pulsa, como pulsa o coração.
Dois giros
Mergulho fundo em seus olhos,
Vejo força, vejo tensão.
Um sorriso involuntário,
Deleite, emoção.
Três giros
Segue o espiral veloz,
Vertigem, sensação, fusão.
Seu olhar preso no meu,
O mundo para. A gente segue.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
A Flor
Nem o vento, nem a chuva.
Lua... ou mesmo o Sol,
lhe ousariam macular.
Pois não só fina e formosa,
É forte. Sólida.
Eterna.
sábado, 20 de agosto de 2011
Hoje é dia de....
Hoje é dia de sair por aí
Como quem nada quer,
na paz de quem tudo pode.
Refaço o roteiro.
Depois de comprada a passagem.
Pode ser qualquer destino;
Eu gosto, é da viagem.
Olhar pra onde todos olharam
e ver o que ninguém viu.
Ver água vazando do chão,
e entender que era ali um rio.
Mais saberes! Mais sabores!
Coisas que só sei o nome,
Vão ganhando luz e cor.
Quiçá eu só ache beleza,
Quem sabe, uma dose de amor.
Passeio na contramão.
Passo curto. Pisada firme.
Sei voar com pés no chão.
E deixo um pouco, ou muito, onde passar.
Mas vou levar um tanto, o que der pra pegar.
Sem fazer residência, sem parar de andar.
Mover, mexer, migrar. Mudar.
Sem querer parar; sem querer chegar.
Sem fazer residência, sem parar de andar.
É que o mundo, e não a casa,
O mundo é meu lugar.
*
Esse aí quase se escreveu sozinho. Agradou-me. Compartilho.
sábado, 28 de maio de 2011
Procrastinação
Ainda tem uma semana.
Quando eu me formar.
A grana anda curta.
Amor?
Passa na quarta...
tu... tu... tu...
domingo, 22 de maio de 2011
Receita para se fazer uma poesia
Puxe uma carta, qualquer uma...
Amigo, amante, escárnio ou prazer.
Agora a redondilha,
Maior ou menor pode ser.
Uma pitada de leixa-pren...
Que o poeta faz por merecer.
E o melhor ingrediente,
Que ninguem deve esquecer.
Separe um amor nascente,
Um je ne sais quoi de saudade
Um nao sei o que de liberdade
E paixão em brasa ardente.
Depois mas ainda importante:
Uma quantia ínfima,
Quase que irrelevante,
De angústia de amante
Um qualquer de aflição,
E seu múltiplo em adoração.
Deixe descansar um pouco,
Com altas doses de inspiração.
Serve-se por debaixo da porta,
Acompanhada de um coração.
Nos vemos por aí... Ou não.
Davi Khouri
Quem é o Davi?
Os textos de "quem sou eu" dominaram a web. Orkut, twitter, facebook, blogueiros. E tudo bem, é importante saber quem escreve o que vamos ler. O que me incomoda são as respostas:
- Descubra...
- Só me conhecendo pra saber...
-Tô tentando descobrir.
Não gosto de evasivas, menos ainda de clichés. Eu sei muito bem quem sou. Um universitário de 19 anos, morador de cidade do interior e que escreve. Sou inimigo declarado das vírgulas. Sempre que posso, e mesmo quando não posso, as substituo por um ponto continuativo. Muito mais rítmico. Sim, porque os textos tem que ter essência, ritmo e atração. Do ritmo eu não abro mão.
Claro, ninguém cabe em uma página. Aliás, ninguém caberia nem no próprio Aurélio. A verdade é que somos muito mais do que pode ser escrito, porque a linguagem é um meio de comunicação incompleto. Concorda? Por hora, saiba que sou um jovem que escreve.
Mas escrever não me define. Escrevo por prazer, uma vez a cada mil anos... se estiver com pressa. O que não é motivo para pânico, já que acumulei uma coletânea razoável e poderei abastecer o blog por um tempo. Mas eu, Davi, não sou escritor. Sou estudante, amante dos esportes (por prática, detesto assistir) e atualmente me encontro em relacionamento sério e compromissado com a vida. De minha parte viverei tudo que há de bom, da parte dela... bom... ela me acompanha enquanto puder.
Bem vindos.
Davi Khouri